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Coelho ao sétimo céu

Coelho ao sétimo céu

Por Julia

Um prato robusto de coelho cozido lentamente em manteiga com rum caribenho e suco de cenoura, valorizando texturas macias e sabores profundos. A receita tradicional é ajustada para quem quer um toque especial com o uso de caldo de legumes em vez de suco puro, garantindo um equilíbrio terroso e ligeiramente adocicado. O cozimento atento, respeitando o ponto ideal da carne e a caramelização do fundo da panela, é essencial para um resultado suculento e aromático. Nada de pressa, cada etapa tem sua hora e sinal visível.
Preparo: 20 min
Cozimento: 50 min
Total:
Porções: 4 porções
#cozinha com rum #receitas refinadas #coelho #pratos de carne
Fogão ligado, panela quente — o aroma de manteiga derretendo, pedaços de coelho crepitando lentamente. Aprendi que cozinhar essa carne exige cuidado e atenção. O segredo do prato está no equilíbrio entre o ardor do rum escuro e a suavidade doce das cenouras, criando uma simbiose de sabores e texturas. Não adianta pressa: paciência para dourar a carne, para acalmar o fogo, para enxugar gota a gota o líquido. Aqui o toque final vem do arroz djon djon, uma joia rara que traz cor, personalidade. A experiência na cozinha transforma ingredientes simples em brasa acesa e tempero perfeito.

Ingredientes

  • 1 coelho inteiro cortado em 8 pedaços
  • 40 ml (2 colheres de sopa) de manteiga
  • 1 cebola média fatiada finamente
  • 45 ml de rum escuro caribenho
  • 750 ml de caldo de legumes caseiro ou suco de cenoura natural
  • Flor de sal e pimenta-do-reino moída na hora
  • Sobre os ingredientes

    Substituir manteiga por óleo de coco dá um toque diferente e é ótimo pra quem evita lácteos. O rum pode ser trocado por cachaça envelhecida para trazer brasilidade – resultado surpreendente e menos doce. Prepare seu próprio caldo de legumes para controlar sódio e sabor, mas suco puro de cenoura funciona se fresco e concentrado. A cebola deve ser doce e fresca; evite cebola velha que amarga. Comprar o coelho inteiro e cortar a peça em casa garante frescor e aproveitamento total, com o osso dando sabor. Uma pitada de noz-moscada no final, opcional, acrescenta complexidade, mas cuidado pra não esconder o rum. Se faltar tempo, cozinhe em fogo um pouco mais alto, mas mantenha vigilância para não secar ou queimar, mexendo e adicionando líquido conforme precisar.

    Modo de preparo

  • Esquente uma panela grande de fundo grosso, coloque a manteiga até começar a espumar levemente e adicione os pedaços de coelho de uma vez. Nada de lotar demais; cozinhe em lotes se precisar. A ideia é dourar de um lado, virar, formar aquela crostinha marrom - o aroma de carne assada invade a cozinha, e o som do chiado revela sucesso. Isso leva uns 12 a 15 minutos. Tenha paciência; virar demais só interfere na formação da crosta.
  • Quando o coelho estiver dourado quase por inteiro, polvilhe um pouco de flor de sal e pimenta. Jogue a cebola fatiada por cima e mexa - agora o cheiro adocicado da cebola se funde com a gordura. Refogue até a cebola ficar translúcida, uns 4 minutos valem. Cuidado pra cebola não queimar; mexa, mas sem pressa.
  • Hora do rum. Despeje o rum escuro e incline a panela pra ajudar a soltar os pedaços grudados no fundo - o que chamamos de deglacear - isso traz sabor de fundo, texto quase caramelizado. Deixe o álcool evaporar; você vai perceber aquele cheiro forte sumindo, a panela ficando brilhante com o caldo.
  • Em seguida, acrescente cerca de 175 ml de caldo de legumes (ou suco), só pra começar a criar vapor e lentamente cozinhar. Cubra com a tampa, fogo baixo. A carne vai amaciar e absorver volume de aromas em cerca de 20 minutos. Aqui, fique de olho: o caldo deve ficar só um pouco abaixo da metade da peça, se secar, acrescente mais, de 2 a 3 colheres de sopa a cada 4 minutos, olhando sempre a textura do líquido e da carne.
  • Na metade do cozimento, mexa com cuidado pra não quebrar os pedaços, ajeitando para que pegue um pouco do caldo que ficou na panela. Esse movimento é chave para distribuir sabores, não para desmanchar.
  • Quando o coelho atingir textura macia, perceptível ao toque com uma pinça (a carne solta fácil dos ossos sem desmanchar), desligue o fogo. A redução do caldo vai ter uma textura aveludada, com leve doçura do rum misturada à terra das cenouras e do caldo.
  • Sirva imediatamente, de preferência com arroz djon djon — arroz preto típico do Haiti, que traz cor escura e um sabor marcante, complementando o prato com rusticidade.
  • Dicas de preparo

    Observar o dourado da carne é fundamental - se dourar demais, fica seco; dourar pouco, perde sabor. Deglacear com rum não é só pra sabor, mas pra liberar os fundos da panela que darão intensidade. Cozinhar em fogo baixo mantém a suculência; levantar a tampa seca tudo. Sempre verificar o nível do líquido, acrescentar em pequenas doses e com regularidade garante que a carne não resseque, sem ficar na sopa. Uso uma colher de pau pra mexer delicadamente, evitando romper a carne. Ao final, o caldo deve estar espesso e brilhante, levemente adocicado pelo rum e cenoura, não aguado. Apagar o fogo antes que a carne fique mole demais evita texturas papais. Servir quente é essencial, o aroma sobe e mexe com a memória afetiva.

    Dicas da chef

    • 💡 Use uma panela grande de fundo grosso. Importante pra evitar que a carne queime. Manteiga derretida, ingredientes fritando. Não seja apressado; a crosta se forma devagar. Coelho quase dourado, fique atento às mudanças de cor. O cheiro é seu guia
    • 💡 Deglacear é essencial. Rum escuro no fundo. Ajuda a soltar aquele sabor preso na panela. Cheiro forte do álcool evapora. Não se esqueça; ajuste o calor. Fogo muito alto queima os ingredientes, e isso é bem difícil de corrigir
    • 💡 Caldo não é só pra sabor, é pra manter a carne suculenta. Fique de olho no nível. Se secar, adicione lentamente. De colher em colher. Assim a carne não resseca; sempre mantenha um pouco de caldo no fundo. Controle é a chave
    • 💡 Atente-se ao toque da carne. Quando você encosta com a pinça, deve ser macia. Se grudar, ainda não está no ponto. Quanto mais simples olhar, melhor. Passos lentos levam a um coelho perfeito, saboroso, amanteigado, e a crosta vai falar por si
    • 💡 Finalizando, escolha um acompanhamento que provoque contraste. Arroz djon djon é ideal, mas arroz negro também é bom. O arroz branco? Nada disso, perde todo o jogo de sabor. Agora, não se esqueça da noz-moscada no final, só um pouco pra não se esconder

    Perguntas frequentes

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