Dan Dan Asiático de Porco

Por Julia
Noodles apimentados com carne suína refogada, molho cremoso de tahine, toque de gengibre e finalização crocante com amendoim e gergelim preto e branco. Uma mistura de sabores ao mesmo tempo terrosos, picantes e levemente adocicados, inspirado na clássica cozinha de Sichuan, adaptada com um toque brasileiro nos ingredientes e nas técnicas para equilibrar textura e aroma.
Preparo:
20 min
Cozimento:
35 min
Total:
55 min
Porções:
4 porções
#asiática
#picante
#conforto
Sempre achei interessante a textura e o sabor potente do prato clássico Dan Dan, mas com aquele nível de óleo pimenta que às vezes enjoa. Aqui, dou um passo atrás do excesso de gordura e equilibro com tahine ou pasta de amendoim para uma untuosidade sedosa, sem perder profundidade. O toque de mirin ou uma cachaça envelhecida brasileira quebra o doce chinês tradicional e deixa o conjunto mais adaptado ao nosso paladar, um pouco mais seco e complexo. A crocância do bok choy e o impulso crocante das sementes de gergelim e amendoim não são apenas topping, mas parte da experiência gustativa dessa receita.
Ingredientes
Sobre os ingredientes
O tahine tradicional é fundamental, mas se não encontrar, um creme de amendoim natural sem açúcar pode substituir numa boa – uma distinção importante para quem tem alergia. O chili crisp em si pode ser feito em casa com óleo de pimenta, alho frito e alguma crocância, mas se não quiser, uma sriracha com um toque de óleo de gergelim serve no aperto. Gengibre fresco não tem pretenção aqui: pode ser ralado, picado ou até massa concentrada, o que ajuda a dar frescor e acidez alí na carne. Use carnes moídas com pelo menos 15% de gordura para não perder a suculência, senão o prato ficará seco. Mirin ou vinho de arroz são importantes para a nota doce, mas um vinho branco seco com açúcar ou até cachaça envelhecida dá conta do recado com uma camada extra de sabor.
Modo de preparo
| Molho | Misture bem tahine, shoyu claro, shoyu escuro, chili crisp, alho, açúcar mascavo e Sichuan. Bate até uniformizar; o molho deve ficar brilhante e com textura um pouco fluida. Cheque se o doce e o picante estão na medida. Reserve. |
- | Dicas essenciais: se o molho ficar muito denso, corrige com um pouco de água quente; use sempre carne com um pouco de gordura para evitar ressecamento; gengibre fresco não pode faltar, é o que eleva o prato; substitua o mirin por um excepcional cachaça envelhecida para um toque brasileiro; bok choy é indispensável para equilíbrio de textura. Perceba sempre o aroma do alho dourando e a intensidade do Sichuan, se sentir o cheiro fresco e mentolado está na medida certa. |
| Carne | Aqueça a frigideira em fogo alto, jogue óleo e quando começar a shimmering, coloque a carne. Vá quebrando e soltando os pedaços com uma colher de pau, para cozinhar por igual. Quando a carne começar a dourar, uns 7 a 9 minutos, adicione gengibre e alho. Refogue rápido até liberar aroma. Derrame o hoisin e o mirin; mexa rápido e deixe o líquido evaporar quase completamente, isso vai caramelizar a carne e intensificar sabor. Ajuste o sal e pimenta do Sichuan. Retire do fogo. |
| Vegetais | Em uma panela grande, ferva água com sal. Mergulhe o bok choy até perceber que murchou, mas ainda mantém forma, 2 a 3 minutos. Remova com uma escumadeira para não perder crocância. Na mesma água, cozinhe os noodles até ficarem al dente, uns 3 a 4 minutos dependendo da massa. Escorra imediatamente. |
| Montagem | Divida o molho nos fundos das tigelas. Arrume os noodles, a carne por cima e os bok choy ao lado. O calor dos ingredientes vai diluir o molho aos poucos. Regue cuidadosamente o caldo quente sobre tudo para equilibrar textura e temperatura. Finalize com cebolinha, amendoim e sementes de gergelim para crocância e aroma. Sirva quente. |
Dicas de preparo
A cozinha asiática às vezes intimida com tempos muito exatos, mas sempre acho que a sensorialidade é a melhor guia. A carne deve ficar com aquela crostinha dourada, nunca cozida em água. O alho e gengibre são ingredientes que soltam aroma rápido, sigo pelo cheiro intenso, não apenas tempo. O bok choy não pode murchar demais na água, deve ainda ter resistência ao toque. Noodles tem que ficar firmes, al dente, nunca empapados – um minuto a mais pode ser fatal. A hora de montar é estratégica, para o caldo quente ativar o molho e deixar tudo úmido, mas nunca aguado. Sempre reserve um minuto para corrigir sal e tempero no final, sozinho ou com um toque de pimenta extra. O segredo está no contraste entre cremosidade, crocância e picância, e no tempo certo de cada etapa para não mexer demais – menos é mais.
Dicas da chef
- 💡 O tahine é a alma do molho. Um creme de amendoim natural sem açúcar pode funcionar como substituto, mas fique atento às alergias. Não use pasta de amendoim cheia de aditivos. O ponto do molho precisa ser fluido. Se ficar denso, adicione água quente, mas aos poucos, até atingir a consistência ideal.
- 💡 Cuidado ao refogar a carne. Não a sobrecarregue na frigideira. É bem importante quebrar os pedaços, assim eles douram por igual. O cheiro do alho dourando indica que você está no caminho certo. Olfato apurado faz diferença; evite deixar queimar. Isso pode deixar o prato amargo.
- 💡 Prefira a carne suína com uma boa porcentagem de gordura. Se usar carne magra, o prato vai ficar seco. Um pouco de gordura traz sabor e suculência, essencial para o equilíbrio. O tempo de cozimento também importa. Dourar bem aprisiona os sucos.
- 💡 Para o bok choy, não deixe murchar demais. Mantenha a crocância. Apenas alguns minutos na água fervente, dois no máximo. Vegetal deve ter resistência ao toque. O mesmo vale para os noodles. Cozinhe até al dente. Um minuto a mais e se transforma em massinha.
- 💡 A montagem é mais do que estética. Coloque o molho no fundo, depois os noodles, carne e vegetais. Quando tudo é regado com caldo quente, o molho é ativado. Não deixe desmanchar. Continuar com o caldo até perceber que a crocância permanece. Deixe segundos para ajustar o sal e tempero.